VÍDEO: Com solo instável e ainda afundando, lagoa avança cada vez mais na área de mina em Maceió


Velocidade da movimentação de terra oscila constantemente para cima e para baixo. Desde o dia 30 de novembro até esta quarta-feira (6), o solo já afundou 1,95 m, segundo a Defesa Civil. Com solo instável e ainda afundando, lagoa avança cada vez mais na área de mina em Maceió
À medida que o solo sobre a mina da Braskem afunda no bairro do Mutange, em Maceió, a água da lagoa Mundaú avança na área que antes era seca. Imagens aéreas gravadas nesta quarta-feira (5) mostram o solo cada vez mais encharcado. A velocidade do afundamento oscila constantemente para cima e para baixo, indicando ainda uma grande instabilidade no local.
“A gente percebeu ali aumento das rachaduras, que já eram visíveis alguns dias atrás. A gente percebeu avanço, ainda que seja mínimo, da lagoa sobre aquele aterro. Então, a gente faz esses voos diariamente para ver justamente essa mudança entre os dias”, disse o coordenador do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho.
Desde o dia 30 de novembro, o solo já afundou 1,95 m, segundo a Defesa Civil de Maceió. Na manhã de segunda-feira (4), o afundamento acontecia 0,25 cm/h. A última medição, feita na tarde desta quarta-feira, mostra que esse ritmo subiu para 0,28 cm/h.
Veja, abaixo, a oscilação da velocidade do afundamento sobre a mina 18:
segunda-feira (manhã): 0,25 cm/h
segunda-feira (tarde): 0,26 cm/h
terça-feira (manhã): 0,27 cm/h
terça-feira (tarde): 0,22 cm/h
quarta-feira (manhã): 0,20 cm/h
quarta-feira (tarde): 0,28 cm/h
Maceió continua em estado de alerta para o risco de colapso da mina, que pode se romper abruptamente e formar uma imensa cratera que afetaria também a lagoa Mundaú. Em caso de cenário gradual, o deslocamento do solo seguirá de modo lento até atingir a estabilização.
Imagens da Defesa Civil mostram avanço da lagoa na área de mina em Maceió
De acordo com a Defesa Civil, o peso da água sobre a área instável não deve fazer a mina ruir, mas pode potencializar o problema.
“A gente percebeu que o topo da cavidade dessa mina está ali por volta dos 300 metros. Como essa mina é parcialmente na lagoa, então de fato, não seria um agente deflagrador esse avanço. Ele poderia ser um potencializador, porque a gente percebe algumas rachaduras ali ao redor. A gente sabe que o solo, quando a água entra em contato, ele fica mais pesado. Então seria de fato um potencializador de toda a problemática”, afirmou Hugo Carvalho.
A mina é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. A empresa afirma que “as áreas de serviço em torno da mina continuam isoladas, e o monitoramento é feito 24 horas por dia”.
Após cinco anos desde que um tremor de terra abriu rachaduras em casas e crateras nas ruas, mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Afetando cerca de 60 mil pessoas.
Solo sobre a mina 18, que está ruindo no bairro do Mutange, em Maceió, já afundou 1,95 m desde o dia 30 de novembro
Defesa Civil Municipal
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