Fiscalização do MPT resgatou dois trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo. Indenizações podem chegar a R$ 200 mil. Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão
Uma força-tarefa realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas resgatou dois idosos que viviam em situação análoga à escravidão há mais de 30 anos. Um vídeo mostra a total falta de higiene e acomodações em um dos locais onde os fiscais estiveram (veja imagens acima). A fiscalização começou no dia 28 de janeiro e foi finalizada nesta quarta-feira (7).
Um dos imóveis tem as paredes esburacadas e a porta de ripas de madeira desgastadas. Há muitas brechas no telhado. Na cama, dois colchões velhos e sujos com pedaços de pano que serviam de cobertor. Em um canto, a parede está queimada, o que dá a entender que a comida era preparada ali mesmo, no chão em um fogão de lenha improvisado. Perto de uma mesa, há vários tijolos espalhados.
Foram encontradas duas geladeiras sem condições de uso e desligadas. Dentro delas, restos de comida em utensílios sujos. Uma estava com a porta solta e servia como armário.
Um dos trabalhadores resgatados tem 64 anos em uma fazenda na zona rural da cidade de Murici, interior do estado. O outro, de 68 anos, foi resgatado em uma outra propriedade em Arapiraca. Um deles não ouve nem fala. Segundo os fiscais, eles recebiam entre R$ 40 e R$ 50 por semana.
Os empregadores assinaram Termos de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT e a Defensoria Pública da União em Alagoas (DPU). Juntos, os termos totalizaram R$ 220 mil em indenizações aos trabalhadores resgatados.
Ambiente de trabalho de um dos idosos resgatados.
MPT/AL
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