Interdição em trecho da lagoa Mundaú próximo à área da mina que pode colapsar em Maceió é mantida por tempo indeterminado


Proibição da navegação em um raio de 1 km é uma medida para garantir a segurança de pescadores e catadores de sururu, já que parte da mina que está ruindo fica sob a lagoa. Solo já afundou 1,92 m desde 30 de novembro. Interdição de 1 km da Lagoa Mundaú, em Maceió, pelo risco de colapso
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O trecho em um raio de 1 km na lagoa Mundaú próximo ao bairro do Mutange, onde está localizada uma das 35 minas da Braskem que pode colapsar, continua interditado para navegação nesta quarta-feira (6). Segundo a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura de Alagoas, não há prazo para o fim da proibição.
“Está interditado desde a última quinta-feira (29) e não há nenhuma previsão para que seja liberado. Só terá alguma mudança quando for seguro”, disse o superintendente Caue Castro.
Maceió está em estado de alerta porque o rompimento pode abrir uma imensa cratera no local. O solo já cedeu 1,92 m desde o dia 29 de novembro na área onde está localizada a mina, entre o continente e a lagoa. A interdição foi tomada para garantir a segurança dos pescadores e catadores de sururu.
“Há muitos anos que a produção vem caindo, mas aquela região [do Mutange] em específico é onde nós conseguimos mais pescados e marisco, principalmente pela região de mangue que é mais favorável”, disse o presidente da Colônia de Pescadores de Bebedouro, Mauro Santos.
Segundo Superintendência Federal em Alagoas, do Ministério da Pesca e Aquicultura, estima-se que 400 catadores de sururu tirem seu sustento da lagoa, mas um levantamento mais preciso está em andamento.
Imagem panorâmica mostra localização onde mina pode afundar, próximo da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió
Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas
A mina que corre risco de colapso é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. Por meio de nota, a empresa ressaltou que “as áreas de serviço em torno da mina continuam isoladas, e o monitoramento é feito 24 horas por dia”.
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A interdição do trecho da lagoa levou o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) e a Defensoria Pública da União (DPU) a expedirem recomendação, na segunda-feira (4), para que a Braskem institua um Programa de Compensação para garantir auxílio-financeiro aos atingidos.
Pescadores e marisqueiras esperam que o programa possa aliviar as necessidades de quem depende da atividade na região.
‘Fiquei muito feliz quando soube que essa força-tarefa provocou a Braskem. No sábado, recebemos cestas básicas da prefeitura, e já estamos finalizando as entregas. Mas a gente não vive apenas de comida, precisamos de uma ajuda financeira para que possamos sobreviver”, disse Mauro Santos.
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