Antes em “alerta máximo”, cidade agora está em nível de “alerta”; monitoramento aponta para possível estabilização no deslocamento de terra, que oscilou de 0,26 cm/h para 0,27 cm/h na manhã desta terça-feira (5). Imagem panorâmica mostra localização onde mina pode afundar, próximo da lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió
Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas
A Defesa Civil de Maceió reduziu de “alerta máximo” para “alerta” o risco de colapso na mina da Braskem localizada no bairro do Mutange. A mudança no status foi feita no início da tarde desta terça-feira (5), horas após a divulgação de que a velocidade do afundamento do solo no local passou de 0,26cm/h para 0,27 cm/h.
Desde o dia 30 de novembro, o solo já cedeu 1,86 m, sendo de 6,5 cm nas últimas 24 horas. A velocidade da movimentação vinha em constante redução desde que as medições começaram, no dia 30 de novembro, mas a tendência de desaceleração foi interrompida por duas altas seguidas, cada uma de 0,01 cm/h.
Ainda assim, a Defesa Civil considerou que essa variação não era suficiente para manter o alerta máximo vigente, e que a redução desde a semana passada foi bastante significativa, indicando a possibilidade de estabilização do solo sem que haja uma ruptura abrupta.
A mina nº 18 é uma das 35 que a Braskem mantinha para extração de sal-gema e fica na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
Ritmo do afundamento do solo passa a 0,26 cm por hora em área de mina em Maceió
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A Defesa Civil avalia que não mais há risco para a população porque as moradias ocupadas atualmente estão a uma distância segura do local da mina. As que ainda estavam ocupadas foram evacuadas sob ordem judicial.
O desabamento da mina pode acontecer de duas formas: drástica ou gradual. Em caso de cenário gradual, o deslocamento do solo seguirá de modo lento até atingir a estabilização. Se o cenário for desabamento repentino, ocorrerá o colapso e abertura de uma imensa cratera na região.
Após cinco anos desde que um tremor de terra abriu rachaduras em casas e crateras nas ruas, mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Afetando cerca de 60 mil pessoas.
Acordo bilionário com a prefeitura
A Braskem e a Prefeitura de Maceió firmaram acordo em julho deste ano no valor de R$ 1,7 bilhão para compensar o afundamento do solo nos bairros, consequência da mineração.
“O Termo de Acordo Global estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral do município de Maceió em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado, e está sujeito à homologação judicial”, disse a empresa em comunicado feito aos acionistas.
A Prefeitura de Maceió afirmou que pretende utilizar o dinheiro para investir em obras na cidade, além de criar um “fundo de amparo” para auxiliar moradores dos bairros afetados por décadas de mineração na região.
Meses depois, em setembro, a Prefeitura anunciou a compra do Hospital do Coração, localizado no bairro Gruta de Lourdes, por R$ 266 milhões, feita com recursos da negociação com a Braskem (veja mais informações no vídeo abaixo).
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