Minas começaram a ser fechadas em 2019, depois que mineração foi apontada como principal causa das rachaduras em cinco bairros. Novos tremores foram registrados e o fechamento foi interrompido. Trabalho de fechamento de minas feito pela Braskem foi suspenso por questões de segurança
Reprodução/Braskem
Desde que a mineração para extração de sal-gema realizada pela Braskem foi apontada como a principal causa das rachaduras que surgiram no solo e em imóveis de cinco bairros de Maceió, um intenso trabalho foi iniciado para fechamento e estabilização de 35 minas na região do Mutange e de Bebedouro. Contudo, os trabalhos foram paralisados depois que novos tremores foram registrados.
Nesta quarta (29), a Defesa Civil alertou para o “risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas”, que são as cavernas abertas durante décadas de mineração na capital alagoana.
Por segurança, o órgão recomendou que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa próximo ao Mutange.
Minas de extração de sal-gema e o afundamento do solo
Mapa mostra a localização dos 35 poços de sal-gemas que estão sendo fechados pela Braskem em Maceió
Divulgação/Braskem
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a exploração de sal-gema, feita de forma inadequada, desestabilizou as cavernas subterrâneas que já existiam na região, causando o afundamento do solo e, consequentemente, as rachaduras que afetaram os bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
Quando encerrou definitivamente a extração de sal-gema em Maceió, a mineradora apresentou medidas como uma área de resguardo, com a realocação de pessoas e a desocupação de mais de 14 mil imóveis.
Moradores, comerciantes e empresários com imóveis nessas regiões são contemplados pelo Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, que oferece uma quantia como compensação pela desapropriação.
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O trabalho de fechamento das minas
Segundo a Braskem, o trabalho de fechamento dessas minas era feito utilizando técnicas como preenchimento com areia, tamponamento com pasta de cimento, acompanhamento técnico contínuo e preenchimento natural. A empresa informou que as obras são acompanhadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e por órgãos competentes.
No início do mês, a Braskem informou ao g1 que o processo de preenchimento das minas “registra 70% de avanço nas ações”. Segundo a empresa, a previsão é de que os trabalhos sejam concluídos entre o final de 2024 e o início de 2025.
O pesquisador e especialista em geotécnica e geologia, Abel Galindo Marques, explica que o solo continua afundando lentamente. “10 anos é o tempo médio necessário à estabilização. Poderá ser mais ou um pouco menos”, avalia.
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Entenda o que são as minas da Braskem e o que está sendo feito para estabilizar o solo em Maceió
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