Empresa afirma que pó branco armazenado no local é calcita, um tipo de minério. Extração de sal-gema foi encerrada em 2019, após agravamento do afundamento do solo na região. Vídeo mostra pó branco armazenado em sacos em um canteiro da Braskem no bairro do Mutange, em Maceió
Reprodução/vídeo
Imagens registradas por um dos moradores que estão acampados no bairro do Mutange, em Maceió, mostra um pó branco armazenado em sacos em um canteiro da Braskem. Em nota enviada ao g1 nesta quarta-feira (20), a Braskem afirma que o material filmado pelo morador é calcita (carbonato de sódio), um tipo de minério que está sendo usado para fechar poços de extração de sal-gema (veja a nota na íntegra mais abaixo).
📲 Clique aqui para se inscrever e receber no seu WhatsApp as notícias do g1
Na gravação, o morador mostra vários sacos estocados no local. Ele se aproxima de um deles, abre e pega um pouco do pó branco, que ele afirma ser sal. “Isso aqui são todos [sacos com] sal que estão tirando”, diz o homem.
A Braskem informou que não faz extração de sal-gema em Maceió desde 2019 e que, em 2021, a empresa passou a utilizar em suas atividades sal adquirido de jazidas do Chile.
Na nota, a empresa informou que a calcita é um “insumo utilizado por uma empresa especializada, contratada pela Braskem, nas atividades com equipamento de sonda para o fechamento definitivo dos poços”.
Vídeo mostra pó branco armazenado em sacos em um canteiro da Braskem no bairro do Mutange, em Maceió
Reprodução/vídeo
A mineração feita pela Braskem é apontada como a principal causa das rachaduras que obrigaram a desocupação de cerca de 14 mil imóveis em cinco bairros de Maceió. Os proprietários desses imóveis estão incluídos no programa de compensação financeira da Braskem.
LEIA TAMBÉM:
Cronologia do problema: veja como surgiram as rachaduras
Moradores dos Flexais e da Rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro, e do bairro do Bom Parto, estão acampados há mais de uma semana em um canteiro da Braskem, no bairro do Mutange, para cobrar realocação e inclusão nesse programa de compensação financeira da empresa.
Para que eles sejam realocados e incluídos no programa de indenização, é preciso reconhecimento da Defesa Civil Municipal de que a área onde residem foi afetada pelo afundamento do solo, contudo, não há comprovação oficial de que isso ocorra nestas localidades.
A Braskem entrou com ação de interdito proibitório na Justiça, alegando que o bloqueio das vias feito pelos manifestantes impede os trabalhos de preenchimento das minas de sal-gema. Na segunda (18), a Justiça determinou que os manifestantes deixem o local. Os manifestantes disseram que o protesto é pacífico e que manterão o acampamento.
Leia a nota da Braskem na íntegra:
O material que o vídeo apócrifo afirma ser sal-gema é, na verdade, calcita (carbonato de cálcio), informação esta que consta na embalagem do produto, e que nada mais é do que um insumo utilizado por uma empresa especializada, contratada pela Braskem, nas atividades com equipamento de sonda para o fechamento definitivo dos poços.
O produto que aparece no vídeo não é, nem poderia ser, sal-gema. As atividades de mineração de sal-gema foram encerradas em 2019. Além disso, quando havia operação, a sal-gema chegava à superfície diluída em água (salmoura) e, em seguida, era transportada via tubulação para a unidade da Braskem no Pontal da Barra, onde então era realizado o processo de industrialização.
Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL
Veja mais notícias da região no g1 AL
Sacos com pó branco são filmados em área da Braskem no Mutange, Maceió; empresa diz que mineral é utilizado para fechar minas
Bookmark the permalink.