Pesquisa confirma contaminação por esgoto no Riacho da Garça, em Maceió


Análise da Ufal constatou grande concentração de coliformes fecais na água. Secretaria do Meio Ambiente vistoriou condomínio residencial próximo e flagrou lançamento irregular de esgoto no riacho. Água do Riacho Garça Torta está contaminada, aponta laudo
Um riacho de águas mansas, margeado pela vegetação de mangue e que deságua na paradisíaca praia da Garça Torta, em Maceió. Esse cenário que deveria ser local de lazer para moradores da região e turistas está ameaçado pela contaminação da água, é o que aponta um estudo realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
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“Coletamos amostras, levamos ao laboratório e concluímos que havia, realmente, uma grande contaminação por coliformes fecais, contaminação por esgoto, esgoto doméstico em grande quantidade”, professor Emerson Soares, coordenador do Laboratório de Aquicultura e Análise de Água da Ufal.
Uma estação de esgoto que funciona de forma irregular, sem autorização, em um condominio residencial próximo ao Riacho da Garça é apontado como o principal causador da contaminação.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) fez uma vistoria no condomínio no início do mês e descobriu que o esgoto estava sendo despejado diretamente no riacho, sem o tratamento adequado.
Quem mora na região e pesca no riacho, afirma que a poluição, além de prejudicar a renda de quem depende dos recursos que a natureza oferece, acabou também com o lazer de muitas famílias.
“Vivo há 44 anos aqui em Garça Torta, e aqui sempre foi um lazer para a gente, mas agora não tem mais esse lazer. Eles não podem fazer isso só porque são ricos”, lamentou um morador que preferiu não se identificar.
Riacho da Garça, em Maceió
Reprodução/TV Gazeta
Esse riacho é o mesmo onde, há menos de um mês, um trator foi flagrado aterrando a foz. Um ato no local feito por moradores impediu o serviço e chamou a atenção da fiscalização. O Ministério Público Federal (MPF) acionou órgãos ambientais estadual e federal para que se pronunciem acerca da denúncia de que o aterramento foi ordenado pelo mesmo condomínio residencial onde foi flagrado o lançamento de esgoto.
A poluição ainda pode afetar os manguezais da região e pôr em risco a vida animal e a saúde da população. Por isso, especialistas cobram uma atenção especial do Poder Público para garantir que a região seja preservada.
“Ali vivem algumas espécies de crustáceos, como caranguejos, que desovam lá. Então, é um cuidado excessivo [que se tem que ter] porque a área de manguezal é uma área de preservação e região ali está bastante impactada”, alertou o professor Emerson.
Sobre a poluição confirmada pelos pesquisadores da Ufal, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) informou que não tece acesso ao estudo e que vai solicitar os dados para tomar conhecimento e adotar medidas administrativas de fiscalização e monitoramento.
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