VÍDEO: marinheiro salva criança ‘ilhada’ após maré subir em Maragogi, AL

Menino foi encontrado sozinho, em alto mar, com água na cintura. Bombeiros alertam para o perigo de entrar no mar na maré baixa e não perceber quando ela sobe. Marinheiro resgata criança que caminhava em alto mar na praia de Maragogi, AL
Uma criança foi resgatada em alto mar, em Maragogi, litoral Norte de Alagoas, por um marinheiro que percebeu o menino sozinho caminhando com água na altura da cintura, querendo voltar para a praia (veja vídeo acima). O resgate foi na segunda-feira (24). A criança foi devolvida pelo marinheiro aos pais, em terra fime.
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O resgate foi feito pelo marinheiro Júnior Gomes, que trabalha na região oferecendo passeios turísticos e divulgou as imagens na intenção de alertar banhistas e turistas que não conhecem a região e se aventuram mar adentro quando a maré está baixa.
Há uma semana, dois irmãos de 11 e 15 anos se afogaram na Praia de Peroba, em Maragogi. Eles também entraram no mar quando a maré estava baixa. Os jovens foram encontrados abraçados a 5 metros de profundidade.
Júnior conta que passou de moto aquática pela Praia de Ponta de Mangue, em Maragogi, às 15h30 de segunda-feira e percebeu que havia um menino sozinho no meio do mar, tentando voltar para a praia, mas não fazia ideia do risco de afogamento. Ele abordou a criança, fez o resgate com sua moto aquática e entregou o menino são e salvo ao pai, que estava na areia.
“Sou aqui de Maragogi. Sou marinheiro, trabalho com lanchas e jet ski. Ali é a Praia da Bruna, em um banco de areia localizado na Praia de Ponta de Mangue. Na hora do ocorrido, eu tinha descido apenas para fazer testes no jet ski. Quando parei no banco de areia, percebi que o menino ia se afastar. Foi na hora que chamei ele e fiz o socorro. Graças a Deus não ocorreu uma tragédia. Na verdade, não era nem para eu estar ali. Meus planos não eram ir para onde o menino estava, mas Deus sabe de todas as coisas”, conta.
O marinheiro disse ainda que não foi a primeira vez que fez resgate como esse. “Esse foi só mais um e eu consegui gravar para conscientizar o pessoal, mas fazemos socorro direto. Sempre avisamos e pedimos para todas pessoas que estão ‘subindo’ a pé, entrando no mar, sem nenhum equipamento ou embarcação, para que voltem. Mas a praia é grande e acaba subindo o pessoal sem percebemos”, destacou.
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É comum na região a formação de bancos de areia quando a maré baixa. E muita gente aproveita para caminhar por eles, sem se dar conta que, na verdade, estão entrando no mar.
“Através dos processos hidrodinâmicos do oceano, os sedimentos podem ser acumulados ou carreados para determinados lugares e isso forma grandes bancos de areia, e em alguns casos pode até formar o chamado ‘caminho de Moisés’, que é esse grande acúmulo de sedimentos que ele fica expulso na maré seca”, explica o sargento do Corpo de Bombeiros de Alagoas, Rodolfo Marcelo.
“O banhista quando vai para a praia e verifica os bancos de areia, fica atraído porque é um convite para o banho, para a caminhada. Só que ele não percebe, não tem a ciência, principalmente o turista, que essas águas elas vão subir novamente na maré cheia”, diz o sargento.
Antes de fazer esse tipo de passeio, o militar orienta os banhistas a ficarem atentos ao horário da maré e pegar informações antes de se aventurar na caminhada. “O ideal é que o banhista verifique a tábua da maré, pegue informações com o Corpo de Bombeiros para saber o melhor local para banho. Caso a praia não tenha vigilância com a nossa corporação, é necessário que pergunte a algum barraqueiro, barqueiro, morador, pescador, para entender como é o fluxo da maré daquela praia” reforça o militar.
O militar reforça que o mar pacato e a ausência de ondas muitas vezes engana. Na maré vazante, por exemplo, o mar costuma “puxar” a água com mais força e quem não conhece os ciclos da maré pode se afogar.
“Nossa orientação é que o banhista nunca adentre demais no mar para que ele possa retornar sem ser surpreendido com o fluxo da maré. Lembrando que a maré ‘enche’ duas vezes e ‘seca’ duas vezes por dia. É um movimento que é considerado rápido. A gente acha que seis horas é muita coisa, mas quando você está na praia você não percebe a hora passar por causa da diversão”, finaliza Rodolfo.
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