Entenda o risco da maré vazante que causou afogamento e morte de irmãos em Maragogi, em AL


Gabriel e Gustavo foram encontrados abraçados na Praia de Peroba a 5m de profundidade. Bombeiros alertam para risco da maré baixa e a falta de conhecimento sobre o movimento da maré. Irmãos de São Paulo se afogaram em Maragogi
Reprodução/TV Gazeta
Mar tranquilo, água quentinha e piscinas naturais na maré baixa. A Praia de Peroba, em Maragogi, litoral norte de Alagoas, acaba sendo um bom atrativo para quem busca diversão com tranquilidade. A praia, que fica a 136 km de Maceió, foi o destino escolhido pela família de Gustavo e Gabriel, os irmãos que morreram afogados na última segunda-feira (17).
A família é de São Paulo e decidiu passar férias no litoral alagoano. Os irmãos, junto com o pai e um primo, aproveitaram a maré baixa para fazer uma trilha pelo mar, mas foram surpreendidos pela subida rápida da maré. Os irmãos morreram afogados, enquanto que os outros sobreviveram.
O desconhecimento do mar e dos movimentos da maré acabam levando muitos banhistas a correrem risco de afogamento. O mar pacato e a ausência de ondas muitas vezes engana. Na chamada maré vazante, por exemplo, o mar costuma “puxar” a água com mais força e para quem não conhece os ciclos da maré pode se afogar. É o que aponta o sargento Rodolfo Marcelo, do Corpo de Bombeiros.
“Temos uma máxima que chama “prevenir é salvar”. Antes de todo e qualquer passeio, é necessário o conhecimento do local. Durante um dia, em nossa região, possuímos duas mares de enchente e duas de vazante, onde cada um dura cerca de 6 horas. O risco que existe é a falta de conhecimento desse período, o que faz o banhista adentrar ao mar sem o devido planejamento e orientação”, disse.
Praia de Peroba é mais afastada e pouco habitada
Camille Panzera
Para quem não sabe, os ciclos da lua também influenciam na formação da maré. Por exemplo, na lua cheia e na lua nova a amplitude das águas sofre variações, alcançando marés mais altas nesses ciclos lunares.
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Dentro dos fenômenos da maré tem também as correntes de retorno, as conhecidas “bacias”. Elas são apontadas como um risco real aos banhistas e também uma das principais causas de afogamento em praias brasileiras.
“As ‘bacias’ trazem uma série de riscos, pois elas podem surgir através da convergências das ondas, por obstáculos naturais (barreiras de corais) ou artificiais (piers, pontes) e fazem com que as águas retornem ao mar. Esse retorno acontece com certa força e pode levar o banhista ao afogamento, que por não entender sua dinâmica, nada contra o fluxo e acaba se cansando e se afogando”, disse.
Praia de Peroba, em Maragogi, com a maré seca
Camille Panzera
🚩 Atenção que tem “Red flag”
Para evitar que o banhista passe sufoco, os salva-vidas costumam colocar bandeiras vermelhas na areia da praia indicando os pontos onde costumam ocorrer as correntes de retorno.
“Em Alagoas, existe sinalização das correntes nas praias. Ao assumir o serviço, nossos guarda-vidas fazem a inspeção e localização das correntes de retorno e prontamente realizam sua identificação através de placas de sinalização, em pelo menos três idiomas (português, inglês e espanhol)”, explicou o militar.
Com placa ou sem placar o indicado mesmo é sempre procurar informação sobre a praia, checar a os horários de subida e descida do mar e ficar de olho nos horários de mudança de maré.
“Reforçamos que os riscos são característicos de cada praia. Precisamos respeitar nosso limite de natação, nadar paralelo à praia, não consumir bebida alcoólica e estar atento às orientações dos guarda-vidas”.
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