Anúncio de júri popular renova esperança, diz mãe de Roberta Dias: ‘Que paguem pelo que fizeram’


Júri dos acusados do assassinato da jovem grávida de Penedo (AL) foi anunciado 11 anos após o crime. Ex-sogra e amigo do pai do filho que Roberta esperava respondem ao processo em liberdade. Mãe de Roberta Dias cobra punição de culpados pelo crime da filha
Arquivo pessoal
Depois de esperar 11 anos por justiça, a mãe de Roberta Dias, jovem de Penedo que foi assassinada quando estava grávida, disse ao g1 nesta terça-feira (4) que recebeu com alívio o anúncio de que os acusados da morte de sua filha vão a júri popular e que isso renova a esperança por Justiça.
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“Não vai trazer a minha filha de volta, mas eu quero que eles paguem pelo que fizeram. Espero que as pessoas que vão julgar possam fazer justiça, que se ponham no meu lugar. Foram duas vidas que eles tiraram”, lamentou.
Mary Jane Araújo e Karlo Bruno Pereira Tavares, mãe e amigo de Saulo de Thasso, pai do filho que Roberta estava esperando, são acusados do homicídio. Os dois respondem ao processo em liberdade. Um áudio em que Karlo confessa o crime foi periciado pela Polícia Federal e anexado ao processo.
Mary Jane chegou a ser presa, mas foi solta após o fim da prisão temporária. Já Karlo Bruno, nunca foi preso. Eles serão julgados pelos crimes de homicídio qualificado e aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante, além de ocultação de cadáver.
Ao longo dos últimos anos, Mônica passou por uma série de adversidades para dar seguimento às buscas pela filha desaparecida. Um dos momentos mais dramáticos foi encontrar a ossada de Roberta somente nove anos após seu desaparecimento no Pontal do Peba, em Piaçabuçu.
“Foi uma verdadeira batalha. Todo esse tempo batalhando, cada vez sendo mais difícil. Foi uma luta para achar a ossada e comprovar, ter em mãos essa prova. Mas, mesmo com tudo isso, a luta ainda é muito grande, pois eles fazem de tudo, usando recurso atrás de recurso, para atrasar o processo”, afirmou.
Roberta Dias sumiu em abril de 2012.
Arquivo de família
Com a confirmação do júri, Mônica disse que agora a expectativa é para que divulguem a data do julgamento. “A gente fica nessa ansiedade. Fico até um tanto temerosa, pois eles sempre querem aplicar recurso e pode ser que a data demore muito para sair. Eu só quero e espero por justiça”.
Enquanto aguarda por justiça, a mãe de Roberta também lamentou ter que conviver próximo das pessoas acusadas pelo assassinato da filha.
“A gente acaba se encontrando aqui na cidade. Ele [Saulo] é muito frio. Na verdade, nenhum deles assume o que fez. Nunca sequer me procuraram para dizer nada”, disse.
Roberta Dias desapareceu em Penedo, no início de 2012 depois que saiu de casa para ir a uma consulta médica, no Centro da cidade. As investigações apontam que Roberta foi sequestrada e levada até um local deserto, onde foi asfixiada com um fio de som de carro. Depois, teve o corpo enterrado em uma cova rasa.
Saulo de Thasso, ex de Roberta, contudo, não foi acusado na ação penal. Ele foi apenas citado no processo como testemunha porque na época do crime era menor de idade.
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