VÍDEO: Jovem tenta ver corpo de irmão morto, mas é agredido por PM com tapa no rosto: ‘Despreparo’


Douglas Pimentel, de 18 anos, diz que se sentiu envergonhado de ser agredido na frente de várias pessoas e classificou como ‘despreparo’ e ‘preconceito’ do policial militar que o agrediu. Jovem é agredido por policial no rosto ao tentar ver corpo de irmão assassinado em Maceió
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra um jovem sendo agredido com um tapa no rosto por um policial militar em Maceió. Em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (24), Douglas Pimentel, de 18 anos, contou que foi agredido por insistir em ver o corpo do irmão, que tinha acabado de ser assassinado no bairro do Jacintinho.
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“Na hora eu nem liguei para o tapa, eu estava sofrendo pela morte do meu irmão, só conseguia chorar. Depois que vi o vídeo, foi aí que me dei conta, senti vergonha de levar um tapa na frente das pessoas em um momento de luto. Ele não tinha o direito de fazer aquilo”, afirmou.
José Raniel Conceição Santos, de 28 anos, foi baleado e morto com tiros na Rua do Encanto na segunda-feira (22). Não há informação sobre suspeitos. A Polícia Civil investiga o caso.
O vídeo foi gravado por moradores do bairro que presenciaram a agressão. As imagens mostram cinco policiais ao redor do corpo de Raniel e Douglas tentando se aproximar, mas sendo impedido por um dos policiais.
“Eu me identifiquei, mas não deixaram chegar perto. Eu entendo que em caso de homicídio não pode tocar no corpo por causa da perícia, mas eu só queria chegar perto. O policial já veio colocando a mão em mim e ironizou ao dizer que eu já estava vendo [ele morto]. Fiquei sem acreditar, perguntei se era algum tipo de palhaçada e foi aí que ele me bateu”, relatou Douglas.
Douglas postou uma foto que faz homenagem ao irmão (à direita)
Arquivo pessoal/Douglas Pimentel
O jovem contou que soube da notícia da morte de Raniel enquanto passeava com a namorada no shopping.
“Eu estava lanchando quando o meu sogro me ligou. Entrei em desespero e na mesma hora voltei para casa. Chegando lá, me deparei com o corpo do Raniel no chão e os policiais em volta dele”, disse.
Para Douglas, o policial que o agrediu não tinha preparo para lidar com esse tipo de situação. O jovem também questionou se a agressão foi motivada por preconceito.
“A gente acredita que os policiais passam por treinamento psicológico para esses tipos de situações, mas o que vi ali foi um verdadeiro despreparo. Fico me perguntando se fosse um irmão de um deputado ali, se isso tivesse acontecido na Ponta Verde ou no Aldebaran, será que ele teria agido da mesma forma?”, indagou.
Em nota, a Polícia Militar informou que não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos praticados por seus agentes. Disse também que queixas relacionadas às ações de militares devem ser enviadas para a Corregedoria da instituição.
Raniel tinha 28 anos e foi assassinado no Jacintinho
Arquivo pessoal/Douglas Pimentel
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