INFOGRÁFICO: Entenda o risco de colapso das minas da Braskem em Maceió


Defesa Civil alertou para “risco iminente” de afundamento de terra no bairro de Mutange. Problema foi descoberto em 2018 com rachaduras em imóveis. Afundamento de uma mina da Braskem próximo à lagoa Mundaú, no Mutange, em Maceió, pode abrir uma enorme cratera na superfície
Reprodução/TV Gazeta
A possibilidade de desabamento de uma das minas da Braskem, empresa responsável pela mineração que afetou cinco bairros de Maceió, provocou a evacuação de residências e até de um hospital na quarta-feira (29) e também nesta quinta (30). A gravidade da situação levou a prefeitura a decretar situação de emergência.
Mapa mostra a localização dos 35 minas de sal-gema que estão sendo fechados pela Braskem em Maceió
Arte/g1
Entenda a situação:
A mineração em Maceió começou na década de 1970, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que depois passou a se chamar Braskem. A extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público.
Em fevereiro de 2018, surgiram as primeiras rachaduras no bairro do Pinheiro, uma delas com 280 metros de extensão. No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado, o que agravou as rachaduras e crateras no solo, provocando danos irreversíveis nos imóveis.
Somente um ano depois o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a mineração provocou a instabilidade no solo.
Em junho de 2019 foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com o problema se agravando, a ordem também foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.
Desde então, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 55 mil pessoas e transformando áreas antes habitadas em bairros fantasmas.
Depois que a mineração foi apontada como a principal causa da instabilidade do solo, um intenso trabalho foi iniciado pela Braskem para fechamento e estabilização de 35 minas na região do Mutange e de Bebedouro.
Contudo, após 5 tremores de terra somente no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o “risco de colapso em uma das minas” próximo da lagoa Mundaú, a de número 18, o que poderia provocar o surgimento de uma imensa cratera.
O professor da UFAL Abel Galindo, engenheiro civil com mestrado em geotecnia pela UFPB, avalia que há uma grande probabilidade de o desabamento da mina 18 afetar também duas minas vizinhas, formando uma cratera em que caberia o estádio do Maracanã. A profundidade média das minas, atualmente, é de 886 metros.
Com o desabamento, a água da lagoa, terra e detritos seriam escoados para dentro da cratera, provocando a formação de um lago com profundidade de 8 a 10 metros. Segundo a Defesa Civil, esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região seria impactada “de forma bastante trágica”.
O Serviço Geológico do Brasil enviou uma nova equipe a Maceió para avaliar o problema, que é monitorado também pela Defesa Civil Nacional.
A Justiça Federal determinou a retirada de pouco mais de 20 famílias que ainda vivem nas áreas de risco nos bairros do Bom Parto. Embora não haja ordem para evacuação no Pinheiro, um hospital no bairro transferiu todos os seus pacientes para outras unidades de saúde.
Fotos mostram como área afetada pelo afundamento do solo em Maceió era antes e como ficou depois da evacuação
Jonathan Lins/g1
VÍDEO: Defesa Civil monitora mina da Braskem sob risco de afundamento
Defesa Civil acompanha risco de colapso de mina de sal-gema da Braskem no Mutange
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