Mãe de alagoano preso há quase 1 ano em Paris por tráfico de drogas faz apelo para filho ser julgado no Brasil: ‘Tragam ele de volta’


José Japson Guerra da Silva, de 25 anos, foi flagrado por policiais franceses transportando drogas no aeroporto Charles de Gaulle. Ele está preso em Paris desde julho do ano passado. Japson, de 25 anos, foi preso em Paris ao tentar entrar na França com drogas
Arquivo pessoal
Há quase um ano sem ver o filho, preso em Paris por suspeita de tráfico internacional de drogas, a alagoana Maria José faz um apelo as autoridades brasileiras para que o julgamento de José Japson Guerra da Silva, de 25 anos, seja realizado no Brasil.
“Não ouço a voz dele, não sei como o meu filho realmente está. Se fosse aqui no Brasil, mas não! Ele está no fim do mundo [chora]. Me desespero só de pensar que não vou ver mais ele. Tô sofrendo muito, só quero que tragam ele de volta. Tem que ser julgado aqui”, disse a mãe.
O vigilante foi preso em junho de 2023 ao desembarcar no Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, em Paris, na França. Japson foi flagrado por policiais franceses ao transportar cerca de 1 kg de cocaína escondidos na barriga.
Quase um ano preso na França, o contato com a família tem sido através de cartas que ele escreve de dentro do presídio Fleury Mérogis. Nas mensagens, a tentativa de tranquilizar a mãe, que de longe alimenta a esperança de voltar a ver o filho.
“É uma angústia muito grande no coração. A última carta que recebi dele foi em dezembro, e ele sofre, tenho certeza, mas faz de tudo para que eu fique bem, que não me preocupe. Diz nas cartas que está tomando os remédios dele. Como mãe me desespero”.
Cartas de Japson para mãe escritas do presídio Fleury Mérogis
Arquivo pessoal
Maria José procurou a Polícia Civil de Alagoas depois de perder contato com o Japson, que saiu da cidade de Inahpi, no interior do estado, onde a família mora, para fazer trabalho extra de vigilante em São Paulo. A mãe conta que passou a suspeitar que algo de errado estava acontecendo depois que o filho parou de parou de dar notícias.
“Japson sempre viajou. Ele começou a trabalhar cedo, com 17 anos, rodou esse Brasil todo trabalhando. Mas sempre que viajava ele me ligava, fazia chamada de vídeo, nunca deixou de falar comigo”, conta.
Sem notícias do filho, Maria José procurou a Polícia Civil de Alagoas. Como já existia um Boletim de Ocorrência do desaparecimento, a Polícia Federal informou a polícia alagoana sobre a prisão de Japson. O Consulado-Geral do Brasil na França também foi acionado.
“O último contato do consulado comigo foi em dezembro. Eles falaram que meu filho estava bem, que estava sendo bem cuidado, e que poderia voltar para o Brasil em outubro, mas depois disso não me ligaram nunca mais. Estou sem nenhuma notícia do que vai acontecer”.
O g1 entrou em contato o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
A reportagem também entrou em contato com a Polícia Federal de Alagoas, que informou que as investigações estão em andamento.
“Eu só quero notícias do meu filho. Queria falar com ele, saber se ele realmente está bem, e quando vão mandar ele de volta. Ficar sem notícias enche o meu coração de dor”, lamentou.
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