Quase 200 pessoas na Barra de Santo Antônio, interior de Alagoas, deram entrada no hospital com intoxicação. Oceanógrafo explica a formação da Maré Vermelha no Litoral de Alagoas
Quase 200 pessoas deram entrada em uma unidade de saúde no interior de Alagoas após intoxicação por algas marinhas, em um fenômeno chamado em “Maré Vermelha”. O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o oceanógrafo Gabriel Le Campion, explica que o fenômeno é raro e pode surgir em qualquer localidade.
“São florações normais, que podem ser tóxicas ou não. É um fenômeno raro e que não é frequente, pode ocorrer em qualquer lugar do litoral, ao longo da costa. Eles se multiplicam muito rápido. Fatores como clima muito quente, estiagem, facilitam ainda a mais o surgimento desses micro-organismos.
Ainda segundo o professor, o desequilíbrio no meio ambiente pode causar o surgimento dessas algas. “Elas precisam de nutrientes para se multiplicar e o homem pode interferir na formação dessas algas nocivas diante dos nutrientes que jogamos na água (lixo)”, afirmou.
O nome maré-vermelha é dado porque as algas que formam ao longo da costa são de coloração avermelhada.
CETESB identificou o organismo que causa a chamada “maré vermelha”
Gisela Bello/Arquivo Pessoal
Fenômeno provoca problemas de saúde
Essas toxinas passam pelo ar, causando intoxicação, como ocorreu na Barra de Santo Antônio, através do spray das ondas, onde as pessoas podem respirar e apresentar sintomas como enjoo, dor de garganta, dor de estômago, tosse, coriza, obstrução nasal e sinais de conjuntivite.
Um trecho da praia de Carro Quebrado precisou ser interditado para evitar a circulação dos banhistas. Além disso, já houve registro em algumas cidades da venda de peixes e moluscos ser proibida, para que evitar que animais contaminados fossem consumidos.
O secretário de Meio Ambiente de Barra de Santo Antônio, Sérgio Silva, disse ao g1 que as algas foram trazidas de Pernambuco para o litoral alagoano e que o contato das pessoas que sentiram sintomas teria se dado através do ar. Ele disse ainda que o odor das algas é semelhante ao de gás de cozinha.
E como a maré-vermelha acaba?
Os micro-ogranismos se diluem na água e a concentração desses organismos diminui naturalmente. Depois de um tempo eles continuam filtrando água e aí se limpam, ficando finalmente livres da toxina.
Maré vermelha: Praia de Carro Quebrado, na Barra de Santo Antônio, é interditada
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