PF investiga esquema de venda de dados pessoais de autoridades mediante pagamento de mensalidade


Segundo investigação, plataforma com informações confidenciais contava com cerca de 10 mil assinantes. Entre usuários estavam membros de facções e de forças de segurança. A imagem mostra mãos sobre um computador
Marcos Serra Lima/g1
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (31), uma operação que investiga um grupo suspeito de invadir sistemas federais e vender dados pessoais, entre elas autoridades e pessoas públicas. A ação cumpre 11 mandados de busca e apreensão e sete de medidas cautelares.
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As medidas judiciais são cumpridas em São Paulo, Pernambuco, Rondônia, Minas Gerais e Alagoas. Segundo os investigadores, um painel de consulta era oferecido, principalmente pelas redes sociais. Os interessados podiam fazer “planos” de mensalidades para realizar as consultas.
Ao todo, a plataforma contava com cerca de 10 mil assinantes, com média de 10 milhões de consultas mensais. Os policiais informaram ainda que, entre os usuários, havia membros de facções criminosas e até membros de forças de segurança.
Para os servidores públicos, o acesso era gratuito. Para isso, o membro da força de segurança interessado precisava enviar foto da carteira funcional.
“Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados”, explicou a PF.
Crime
A PF informou que o uso e a comercialização de sistemas de pesquisas ilícitos fomenta uma “indústria de intrusão em bancos de dados”. Além disso, a prática ainda incentiva a ação de grupos especializados nesse tipo de crime.
As penas para a invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão, sem prejuízo de que, com a continuidade das investigações, os suspeitos possam responder por outros crimes em que tenham envolvimento.
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