Peixes mortos apareceram na mesma lagoa onde mina de sal-gema afundou. Análise indica diversos fatores para o problema, como lançamento de esgoto sem tratamento e resíduos químicos. Peixes aparecem mortos na mesma lagoa em que mina da Braskem se rompeu em Maceió
Reprodução/Vídeo
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) divulgou nesta terça-feira (30) o resultado da análise que descarta a relação entre o surgimento de peixes mortos na lagoa Mundaú e o colapso da mina da Braskem, em Maceió. Diversos fatores são apontados como a causa do problema, como lançamento de esgoto sem tratamento e resíduos químicos (veja lista mais abaixo).
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Depois que a mina se rompeu, no início de dezembro, pescadores registraram por duas vezes uma enorme quantidade de peixes mortos na margem oposta da lagoa. Em um vídeo gravado por um pescador, ele dizia que os peixes vêm da parte da lagoa que está interditada por causa das minas de sal-gema.
O IMA esteve no local e coletou amostras para análise e aponta diversos fatores para a morte dos peixes:
nível elevado de degradação da laguna
altas temperaturas
lançamento de efluentes industriais e domésticos
drenagem urbana
presença de agroquímicos, resíduos químicos, a exemplo de derivados de combustíveis
acúmulo de matéria orgânica acentuada no leito da laguna
O estudo foi feito a partir do rompimento da mina 18. No total, foram feitos 124 ensaios analíticos entre os dias 11 de dezembro de 2023 e 12 de janeiro de 2024.
Ainda segundo a análise, quando avaliados os parâmetros físico-químicos, não foram identificados padrões superiores aos já revelados historicamente.
“Isso indica que os parâmetros analisados estão dentro dos índices históricos encontrados no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e que, até o presente momento, não apresentam correlações com o evento da Mina 18, embora mereçam atenção e acompanhamento contínuo”, diz a nota técnica.
Coleta de água foi feita após o colapso da minha 18
Secom
À época, a Braskem informou que a avaliação feita por especialistas da Universidade Federal de Alagoas e do Instituto do Meio Ambiente não indicaram alteração no padrão típico de qualidade da água da lagoa. A empresa afirma ainda que o trabalho realizado na região está relacionado com o fechamento dos poços e não ao lançamento de qualquer efluente na lagoa.
As primeiras análises feitas pelos pesquisadores da UFAL e do IMA foram divulgadas no dia 18 de dezembro.
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