Plano prevê estudo de sonar para avaliar danos causados em minas da Braskem após colapso em Maceió


Exame possibilita conhecer a real situação próximo à mina que se rompeu sob a Lagoa Mundaú. Monitoramento aponta que ainda há instabilidade do solo na área da mina 18. Confira as medidas planejadas para avaliar danos causados pelo rompimento de mina da Braskem em outra minas em Maceió
Um estudo de sonar, uma tecnologia utilizada para mapear cavidades, vai ser realizado para avaliar a dimensão dos danos provocados pelo colapso da mina da Braskem no Mutange, em Maceió, nas minas mais próximas. A TV Gazeta teve acesso nesta terça-feira (2) ao plano de execução do monitoramento com sonar.
A mina que se rompeu sob a Lagoa Mundaú era uma das 35 que a Braskem utilizava para extração de sal-gema. Desde 2019, todas as cavidades estão desativadas. Algumas chegaram a ser preenchidas com areia, mas todas as atividades nas áreas das minas foram suspensas após o alerta de risco de colapso da mina 18, emitido pela Defesa Civil de Maceió no dia 29 de novembro.
As minas que serão analisadas são as cavidades 20 e 21, que ficam totalmente dentro da lagoa Mundaú. Essas minas se conectaram e são consideradas apenas uma cavidade, denominada 20/21. Esse poço é o mais próximo da mina 18.
“Com o acontecimento da mina 18, a gente tem certeza que ela afetou outras minas, mas o tamanho e quanto isso foi afetado, a gente só vai saber com esse novo estudo. Nós próximos dias, a gente vai se reunir com a Defesa Civil Nacional, Defesa Civil Municipal e outros órgãos para aprovar o plano para que de forma imediata já nos próximos dias, a Braskem coloque em prática”, afirmou capitão Douglas Gomes, chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual.
Para realizar o estudo, é necessário introduzir o sonar em um poço que já existe na região. O sonar é colocado na cavidade por um cabo operado por um caminhão.
Segundo o documento, caso o acesso ao poço esteja bloqueado, será necessário perfurar um novo poço para realizar o exame.
“Nós já temos um poço que dá acesso a essa cavidade 20/21, porém, nós precisamos ter um estudo melhor para saber se esse poço está em deslocamento vertical, horizontal. Para isso, a gente precisa colocar um aparelho, que é o sonar. Caso a gente não consiga ter acesso, a mina 18 pode ter afetado, aí sim nós vamos autorizar para que a Braskem cave outro poço e assim tenha acesso às cavidades 20 e 21, que hoje estão conjugadas”, afirmou o capitão.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o espaçamento mínimo recomendado entre as minas é de, em média, 1,5 ou 2 vezes o diâmetro da cavidade, mas o monitoramento apontou que algumas cavidades chegaram a se conectar,o que é um indicativo de que tal distanciamento não foi respeitado pela Braskem “ou decorreu das deformações das cavidades ao longo do tempo”.
A operação será realizada por uma equipe de sete pessoas de empresas contratadas pela Braskem por uma equipe de sete pessoas. A previsão é que a duração do exame de sonar seja de cinco dias.
“Considerando a movimentação significativa ocorrida na área da cavidade 18, há a possibilidade dessa movimentação ter causado danos aos poços localizados no entorno dessa área. Sendo assim, caso sejam encontrados danos no referido poço auxiliar 20AD, que impeçam o acesso à cavidade 20/21 e, consequentemente, a realização do exame de sonar, será necessário proceder com a perfuração de um novo poço auxiliar para acesso à cavidade 20/21”, diz um trecho do documento.
Instabilidade na área da mina 18
Segundo a Defesa Civil, a área da mina 18 continua afundando, mas em velocidade bem menor do que a registrada antes do rompimento.
“A mina ainda continua em deslocamento. Um deslocamento menor. Do dia 13 de dezembro até o dia 28, nós tivemos deslocamento vertical de 38 centímetros. A Defesa Civil do Estado, com o Município, continua monitorando, mas ainda está em deslocamento”, explica do capitão Douglas.
O monitoramento é feito em tempo real por meio de equipamento de alta precisão.
Braskem terá que fornecer informações sobre a possibilidade de outras situações de colapsos nas demais minas que estão em processo de fechamento
Thiago Sampaio / Agência Alagoas
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