Alagoano se veste como Lampião para manter viva a história do Cangaço

Grupo criado pelo produtor cultural marcou presença na Missa do Cangaço, realizada no Sertão de Sergipe nesta sexta-feira, para marcar os 85 anos da morte de Lampião e Maria Bonita. Alagoano Fábio Moura cria figurinos de cangaceiro e interpreta Lampião há 23 anos
Apaixonado pela história do Cangaço, o alagoano Fábio Moura produz o figurino do bando de Lampião e se veste com o cangaceiro há 23 anos. Fábio é também o criador da Companhia Teatral Estrela do Sertão, da cidade de Piranhas (AL), que se apresentou nesta sexta-feira (28) na Missa do Cangaço, em Sergipe, que marcou os 85 anos da morte de Lampião e Maria Bonita.
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Morador de Piranhas, cidade ribeirinha do Sertão alagoano, Fábio conta que o interesse pela história do bando de Lampião surgiu na escola. A cidade possui uma forte relação com o cangaço porque foi nas escadarias onde hoje funciona a prefeitura de Piranhas que as cabeças de Lampião e dos integrantes de seu bando foram expostas após a decapitação deles, em 1938.
“Cerca de 23 anos atrás, fiz uma apresentação na escola e aí comecei a ouvir um pouco sobre a história do Cangaço. Em uma feira de cultura me vesti de cangaceiro e chamou muita atenção”, lembra Fábio, que hoje é diretor cultural, produtor, ator e guia de turismo.
Com o passar dos anos, o interesse cresceu e ele passou a produzir todo o figurino do Cangaço, toda a indumentária do Cangaço e até as réplicas das armas dos cangaceiros. “Dando uma volta pelas ruas da cidade, no Centro Histórico, eu vi que alguns visitantes que estavam na cidade começaram a se interessar e a pedir para fotografar”, conta.
À medida que estudou mais sobre a história do Cangaço, Fábio foi aperfeiçoando os figurinos e montou o grupo Estrelas do Sertão.
“Com isso, eu entendi que ali podia gerar, quem sabe, uma renda. Eu comecei a fotografar e a estudar um pouco sobre a história do Cangaço, melhorar cada vez mais o figurino. Montei a companhia teatral Estrela do Sertão, que é de Piranhas, é o meu grupo cultural de teatro e xaxado e com isso a gente representa a cultura da historia de Alagoas”, explica.
Fábio Moura como Lampião em apresentação da Companhia Teatral Estrelas do Sertão
Morte de Lampião completa 85 anos
As mortes de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, e Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, completam 85 anos nesta sexta-feira (28). Eles foram assassinados na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), durante uma emboscada montada pela volante (polícia) da época. Os dois se tornaram mitos da história brasileira.
No confronto, outros nove cangaceiros foram mortos: Quinta-Feira, Luís Pedro, Mergulhão, Elétrico, Enedina e outros quatro que ainda permanecem desconhecidos, segundo o pesquisador Antônio Amaury Corrêa. Todos tiveram suas cabeças cortadas e expostas como troféus na escadaria onde hoje funciona a Prefeitura de Piranhas (AL).
A história de Lampião também levanta o questionamento: herói ou bandido? Matar Lampião era um desejo das autoridades brasileiras desde a segunda metade da década de 1930. A ordem foi dada pelo então presidente Getúlio Vargas. Atendendo a pedidos de políticos nordestinos, ele impôs uma longa caçada ao bando.
Apresentação da Companhia Teatral Estrelas do Sertão, de Piranhas (AL)
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