Braskem faz acordo com Maceió de R$ 1,7 bilhão de indenização por afundamento do solo


Acionistas e mercado financeiro foram comunicados sobre Termo de Acordo Global. Município terá ressarcimento integral sobre danos causados pela exploração de sal-gema. Afundamento do solo em bairros de Maceió completa 5 anos
A Braskem firmou acordo nesta sexta-feira (21) com a Prefeitura de Maceió para ressarcir o município em R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento do solo nos bairros atingidos pela exploração mineradora na capital.
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Em nota oficial, a Prefeitura informou que os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM). Já a Braskem, também em nota, disse que do valor total, cerca de R$ 700 milhões já haviam sido provisionados pela Companhia em exercícios anteriores.
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Douglas Lopes/TV Gazeta
“O Termo de Acordo Global estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral do município de Maceió em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado, e está sujeito à homologação judicial”, conclui a empresa em comunicado feito aos acionistas e ao mercado em geral.
A prefeitura de Maceió reforça que “o acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas”.
Imóveis apresentaram rachaduras após tremor de terra causado pela exploração do solo
Reprodução/JN
Bairros fantasmas
O processo de afundamento do solo começou em 2018. Mais de 14 mil imóveis condenados em cinco bairros de Maceió: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol. Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo que abre rachaduras em ruas, prédios e casas, obrigando cerca de 55 mil pessoas a abandonarem suas residências e seus negócios.
As primeiras rachaduras surgiram no bairro do Pinheiro, após fortes chuvas em fevereiro de 2018. Ainda eram poucas, mas elas aumentaram quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros duas semanas depois, no dia 3 de março do mesmo ano. Era o início de um vasto trabalho de investigação e de um drama para milhares de famílias.
A tragédia urbana em curso transforma áreas inteiras em bairros fantasmas, um problema que ainda está longe do fim, já que o solo continua afundando lentamente.
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