Segundo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, outros crimes de violência contra mulher também aumentaram, como o número de feminicídios, que subiu 1,9% no mesmo ano. Cresce o número crime de ‘stalking’ contra mulheres em Alagoas
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O número de mulheres vítimas de stalking — perseguição reiterada, por qualquer meio, tanto físico quanto pela internet — subiu 34,8% em Alagoas em 2022, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A análise tem como base informações das secretarias estaduais de segurança pública. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (20).
No ano passado, 568 mulheres foram vítimas desse crime, enquanto que em 2021 o número de vítimas foi 245. Ou seja, o número mais que dobrou de um ano para outro.
Em 2021, o stalking foi tipificado no Código Penal como crime de perseguição, que ocorre quando as tentativas de contato são exageradas. No meio digital, é quando o autor passa a ligar repetidas vezes, envia inúmeras mensagens, faz diversos comentários nas redes sociais e cria perfis falsos para driblar eventuais bloqueios.
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O aumento desse crime vem acompanhado do crescimento de outros tipos de violência contra mulheres: houve aumento dos crimes de feminicídio, de estupro, de assédio e importunação sexual, ameaças e lesão corporal. A quantidade de medidas protetivas de urgência distribuídas também cresceu no estado.
O número de mulheres que sofreram violência psicológica também aumentou em Alagoas. Em 2021, houve 100 registros contra 279 computados no ano passado, elevando a taxa para 17,1%.
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No que se refere aos crimes sexuais, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública ressalta que ainda é alto o índice de subnotificação desse tipo de violência. Mesmo assim, é possível observar um crescimento no número de registros, o que pode se justificar a partir de campanhas que incentivam as mulheres a denunciar os autores.
“Podemos ter como hipótese que estamos diante de um aumento das notificações já que as vítimas estão mais informadas e empoderadas”, diz o Anuário.
A constatação é confirmada pela delegada Ana Luiza Nogueira. Segundo ela, as mulheres estão mais encorajadas a denunciar os autores dos crimes, não só os sexuais, mas de violência contra mulher de modo geral.
“As mulheres estão se sentindo menos intimidadas e efetuando o registro. Isso é extremamente relevante. Primeiro porque o agressor precisa ser responsabilizado penalmente e é preciso que haja uma redução desse sentimento de impunidade que ainda é tão prevalente na violência de gênero. E também importante porque as vítimas conseguem ter sua integridade física salvaguardada, sobretudo com o requerimento das medidas protetivas de urgência”, disse Ana Luiza
Segundo o setor de estatística da Polícia Civil de Alagoas a faixa de idade predominante entre as mulheres vítimas de violência é de 18 e 29 anos. Essa também é a média de idade entre os agressores. A delegada reforça ainda que as mulheres precisam ficar atentas a outros tipos de violência.
“Na grande maioria das ocorrências, a violência doméstica não se inicia com a violência física. Se inicia exatamente com o crime de ameaça, por exemplo, ou com a violência psicológica. E daí a importância da vítima compreender que ela se encontra em um relacionamento abusivo”, afirmou.
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