Defesa de PM que matou mulher em Maceió diz que jurado teve atitude parcial: ‘Pedi suspensão’


Advogado Luiz Estevão Perez explicou que solicitou em ata a suspensão do júri popular do policial militar Josevildo Valentim dos Santos, mas que continua na defesa do réu. Julgamento do PM Josevildo Valentim dos Santos
Caio Loureiro
O advogado do policial militar Josevildo Valentim dos Santos Junior, acusado de estuprar e matar uma jovem em Maceió e de tentar matar o namorado dela, disse ao g1 que, apesar de abandonar o julgamento do militar nesta quinta-feira (13), ele segue na defesa do PM.
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“Eu pedi em ata a suspensão do [julgamento] por considerar que um dos jurados estava contaminado, deixei o plenário, mas sigo na defesa. Ele [jurado] estava sendo parcial, ele fez pelo menos quatro perguntas que mostram que ele chegou lá com uma ideia pré-concebida, achando que o meu cliente é um monstro. Uma das perguntas era se o senhor Valentim podia ser chamado de ser humano”, afirmou o advogado Luiz Estévão Perez.
O cancelamento do júri popular foi confirmado pelo Tribunal de Justiça. Ainda não há data definida para um novo julgamento. Luiz Estévão disse que a defesa não se favorece com o cancelamento do júri.
“Não queria o cancelamento, mas o que houve ali foi uma aberração jurídica. Eu tenho material de sobra que comprova que o senhor Valentim foi aprovado na Polícia Militar sem nem mesmo ter feito um exame psiquiátrico, foi dado porte de arma a ele sem terem feito esse exame. Ele é louco”, disse.
Durante o julgamento, a defesa chegou a sustentar que o policial militar sofria de transtorno psiquiátrico, apresentando quadros de psicose e que, portanto, era considerado “inimputável”.
Aparecida Rodrigues Pereira Vieira foi estuprada e morta pelo policial militar Josevildo Valentin
Reprodução/TV Gazeta
Aparecida Rodrigues e o seu namorado, Agnísio dos Santos, foram sequestrados na porta da casa dela, no bairro da Ponta Grossa, em 2019. Segundo Santos, ele foi baleado e só sobreviveu porque se fingiu de morto após receber quatro tiros.
Agnísio chegou a dizer em depoimento que ouviu do porta-malas a namorada ser estuprada dentro do carro. Ele disse também que Aparecida foi obrigada a fazer sexo oral nele enquanto Valentim se masturbava, mas eles se negaram e, por isso, foram baleados.
O policial militar foi preso dias depois e confessou. Ele não tinha vínculo com as vítimas e disse que cometeu os crimes por estar sob efeito de drogas.
Agnísio lembrou os detalhes da ação de policial militar contra ele e a namorada Aparecida
Dulce Melo/MP
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