PM acusado de matar mulher em Maceió é julgado; primeiro a depor, namorado dela diz que réu obrigou casal a fazer sexo antes de atirar


Agnísio dos Santos Souto e Aparecida Rodrigues foram baleados no Pontal da Barra, em 2019. Policial Josevildo Valentin foi preso dias depois e confessou o crime. Agnísio dos Santos Souto depõe no julgamento; Josevildo Valentin (de camisa preta) senta no banco dos réus
Dulce Melo/MP
Começou nesta quinta-feira (13) o julgamento do policial militar Josevildo Valentim dos Santos Junior, acusado de estuprar e matar a jovem Aparecida Rodrigues Pereira Vieira e tentar matar o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto, no bairro do Pontal, em Maceió, em 2019. O primeiro a depor foi o sobrevivente, que disse ter sido obrigado a fazer sexo com a namorada na frente do militar antes de ser baleado.
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O policial militar foi preso dias depois e confessou. Ele não tinha vínculo com as vítimas e disse que cometeu os crimes por estar sob efeito de drogas. Em depoimento, Agnísio contou que ele e a namorada foram sequestrados na porta da casa dela e que só sobreviveu porque se fingiu de morto após ser baleado quatro vezes.
Aparecida Rodrigues Pereira Vieira foi estuprada e morta pelo policial militar Josevildo Valentin
Reprodução/TV Gazeta
“Estava na casa de um amigo, conversando com a Cidinha por telefone, e pedi para meu amigo me deixar na casa dela. Nós ficamos [namorando] e por volta de meia-noite, um carro passou. Eu já fiquei cismado e disse que ia embora, mas ele voltou e desceu com uma arma, mandou eu entrar no porta-malas e colocou a Cidinha no carro”, relembra o sobrevivente.
Agnísio ainda tentou ligar para a polícia. “Eles fizeram muitas perguntas e eu não consegui responder. Depois liguei para minha mãe, achei que ia morrer e liguei para me despedir”.
Durante o depoimento, o sobrevivente relatou que ouviu, do porta-malas, a namorada ser estuprada dentro do carro. “Quando o carro parou, eu sentia o balanço do carro e a Aparecida gemendo de dor, pedindo para ele parar. Depois ele abriu a mala e mandou eu sair e não tentar nada. Ele mandou eu ir para frente do carro e lá eu vi a Aparecida ajoelhada nua e chorando bastante”.
“Ele mandou ela fazer sexo oral em mim enquanto ele se masturbava. Eu não queria aquela situação e ele atirou. O primeiro [tiro], nas costas, depois na perna, nas nádegas e o último, na nuca, quando eu já estava caído”, disse Agnísio.
Policial militar Josevildo Valentim dos Santos Junior, acusado de estuprar e matar a jovem Aparecida Rodrigues Pereira Vieira e tentar matar o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto, no bairro do Pontal, em Maceió, em 2019
Nick Marone/TV Gazeta
Além do sobrevivente, mais quatro testemunhas e o réu serão ouvidos no júri popular, realizado no Fórum da Capital, no Barro Duro.
Durante as investigações desse caso, o militar ainda confessou ter estuprado outra jovem entre os anos 2013 e 2014 em Marechal Deodoro. O fato motivou os investigadores a colher material genético do suspeito para confrontar outras casos de agressão contra mulheres.
Voyge preto foi usado pelo militar Josevildo Valentin para colocar os jovens e levá-los até o Pontal, em Maceió
Reprodução/TV Gazeta
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