Moradores do Bom Parto, em Maceió, protestam por inclusão no mapa de realocação dos bairros afetados por afundamento do solo


Bairro é um dos cinco que foram afetados pela instabilidade provocada pela mineração, mas não houve indicação para desocupação de todos os imóveis. Defesa Civil diz que não há dados que justifiquem atualização e ampliação do mapa. Em protesto, moradores pedem inclusão do bairro Bebedouro no mapa de realocação
Moradores do Bom Parto, um dos cinco bairros de Maceió afetados pelo afundamento do solo, protestaram nesta quarta-feira (21) para cobrar inclusão no mapa de realocação produzido pela Defesa Civil Municipal que indica a necessidade de desocupação das áreas de risco. Somente quem foi incluído nesse mapa tem direito à compensação financeira paga pela Braskem, petroquímica responsável pela mineração que causou o problema.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
O protesto começou por volta das 11h. Os manifestantes atearam fogo a pneus e fecharam o acesso ao canteiro de obras da empresa na região. O Gerenciamento de Crises da Polícia Militar foi acionado para tentar negociar o fim da manifestação. que terminou por volta das 14h30.
“Aqui não é um ato para vandalizar e sim um ato de desespero. Estamos vivendo nesse bairro fantasma, a situação é precária, não temos acesso a um posto de saúde, a uma farmácia, um mercadinho, nada. Ainda estamos aqui, entregues aos bichos”, disse Andreza Silva, moradora do Bom Parto.
Moradores do Bom Parto, em Maceió, protestam em frente à Braskem
Ao g1, a Defesa Civil de Maceió informou que até o momento não foram encontrados dados que justifiquem a atualização e a ampliação do mapa de realocação e que novos imóveis só serão inseridos no mapa quando houver comprovação, através de estudos, de risco nos terrenos onde estão os imóveis ainda ocupados.
De acordo com o órgão, os estudos são feitos com instrumentos muito precisos que medem a movimentação do solo para saber exatamente onde está acontecendo o afundamento. Dessa forma, só entra no mapa as casas que apresentem risco. O monitoramento continua sendo feito permanentemente.
PM foi acionada para o protesto no Bom Parto
Arquivo pessoal
O Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação foi criado pela Braskem por meio de acordo firmado com as defensorias públicas do Estado e da União, Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado (MP-AL) para oferecer uma espécie de indenização a quem foi obrigado a deixar sua moradia ou estabelecimento comercial por causa do risco de desabamento.
Até o final do mês de maio, o PCF já tinha apresentado 18.994 propostas, o equivalente a 99% de todas as propostas previstas, e 18.114 foram aceitas pelos proprietários dos imóveis afetados. Destas, 17.160 indenizações foram pagas.
Para comerciantes e empresários, foram apresentadas 6.069 propostas, 5.638 foram aceitas e 5.261 já foram pagas.
Leia abaixo a nota na íntegra da Defesa Civil de Maceió
A Defesa Civil informa que monitora ininterruptamente as áreas afetadas pelo processo de afundamento do solo, bem como as áreas de borda do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias (V4), nos bairros adjacentes, por meio de equipamentos que medem em milímetros a movimentação do solo e por visitas in loco, periodicamente, por meio das vistorias do Comitê Técnico.
Até o momento não foram encontrados dados que culminem na atualização e ampliação do mapa. Nova vistoria foi feita recentemente pelo Comitê Técnico e o relatório deve sair ainda neste primeiro semestre.
O órgão continua à disposição para ouvir a população e esclarecer possíveis dúvidas.
Veja os vídeos mais recentes do g1 AL
Confira outras notícias da região no g1 AL

Bookmark the permalink.