Além das agressões, os brasileiros reclamaram também do tratamento policial que receberam. Brasileiros agredidos em Portugal dizem que vão buscar justiça após o caso.
O cearense Luís Almeida, que foi agredido junto ao namorado Jefferson Gomes Tenório, em Portugal, relatou a experiência traumática. O casal e uma amiga foram agredidos em um bar de Lisboa no domingo (21). Além das agressões, os brasileiros reclamaram também do tratamento policial que receberam.
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“É muito revoltante. Vamos até o fim atrás de Justiça. A gente está confiante que as autoridades competentes portuguesas vão resolver esse caso porque foi um absurdo o que aconteceu, e a gente quer justiça”, disse Luís.
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O cearense explicou que o casal recebeu uma amiga em casa, e decidiu ir a algum local que tocasse música brasileira, na noite do domingo. Já na madrugada da segunda-feira (22), o alagoano Jeferson Tenório decidiu ir ao banheiro quando o bar já estava fechando, mas conseguiu entrar. No entanto, ele demorou a sair, o que fez o cearense ir atrás dele — momento em que Luís foi impedido de entrar no local e empurrado por um dos seguranças.
“Ele me empurra dizendo que a casa já estava fechando, perguntou se eu não tinha visto. Aí eu disse ‘tudo bem, mas não precisa me empurrar’. Nesse momento, ele me empurrou outra vez com agressividade, dizendo que eu nunca mais colocaria meus pés lá outra vez”
Luís disse que, então, a briga iniciou, que outros dois seguranças se envolveram, e que ele levou um soco. O bar onde trabalham os seguranças citados pelo alagoano é o Titanica Sur Mer. O g1 entrou em contato com o estabelecimento, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
“Quando chegamos aqui em Portugal, esperávamos usufruir também da segurança e do respeito, mas infelizmente a gente imagina que isso aconteceu por conta da nossa cor, por conta da nossa sexualidade ou por conta da nossa nacionalidade”, lamentou o cearense.
Omissão da polícia
Com o nariz fraturado pelas agressões, Jefferson passou por cirurgia e ficou dias internado em hospital.
Arquivo pessoal
“Quando a polícia chegou, nós ficamos aliviados e corremos para eles para contar toda a situação. A Polícia pediu nossa identificação, e a gente achou normal. Só que o Jefferson, como tinha sido agredido no rio, estava com os pertences espalhados pela Esplanada. Aí eu estava juntando os pertences, mas não encontrava o título de residência dele”, relembrou o cearense.
“A gente estava gritando que os agressores estavam ali, estávamos pedindo por socorro, e não conseguimos terminar nem um relato para a Polícia. Eles foram super grosseiros exigindo a documentação do Jefferson”, lamentou Luís.
Eles, então, foram a um hospital para receber atendimento médico. Jefferson passou por uma cirurgia de três horas, e ficou dois dias internado. Jefferson disse, então, que o casal foi à delegacia depois, e encontraram lá os mesmos policiais que atenderam a ocorrência no dia da agressão. No entanto, os agentes desencorajaram os brasileiros a seguirem com a denúncia.
“Os policias nos cercaram e começaram a dizer que tudo que deveria ter sido feito já tinha sido feito. Como a gente estava indignado com o tratamento dos policiais, a gente disse que queria terminar o relato e acrescentar que a Polícia nos tratou com grosseria, porque eles só identificaram um dos agressores, mesmo a gente apontando que existiam outras pessoas que nos agrediram”, complementou Luís.
Com isto, o casal acha que houve omissão da Polícia. A experiência traumática — reforçada pelo atendimento policial — levou, inclusive, os brasileiros a saírem de Portugal por uns dias.
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