Após 25 anos da sua morte, memória de Ambrosina Maria da Conceição permanece viva entre os alagoanos. Projeto de Lei pretende torná-la Patrimônio Imaterial do estado. Miss Paripeuria esbanjando estilo e irreverência
Celso Brandão
Personagem folclórico da cultura popular alagoana, a Miss Paripueira foi eternizada pelo colorido exagerado das roupas, acessórios gigantes e a irreverência descompromissada de quem não tem vergonha de ser feliz.
Nascida Ambrosina Maria da Conceição, em Porto Calvo, virou personagem de presença marcante na praia de Paripueira na década de 1990. Ela faleceu em 1998, mas sua memória atravessou gerações e hoje é difícil algum alagoano que não tenha, ao menos, ouvido falar dessa personagem.
Para homenageá-la, a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) aprovou um Projeto de Lei que torna a Miss Paripueira Patrimônio Imaterial do Estado de Alagoas. Para passar a valer, o texto aprovado na última quarta-feira (16) ainda precisa ser sancionado pelo governador Paulo Dantas (MDB).
De tão famosa, Miss Paripueira já virou tema de bloco de carnaval, símbolo de concurso de fantasia e até inspirou documentário. 25 anos após a sua morte, ela ainda é lembrada como uma das figuras mais irreverentes do estado.
O início de tudo
Ambrosina fez história no Litoral Norte de Alagoas
Arquivo pessoal
Foi no Litoral Norte alagoano, em Paripueira, que Ambrosina conquistou fama. Devota de Santa Rita de Cássia, ela desfilava pelas procissões da cidade na década de 1970 e se intitulava “beata”.
A fé fervorosa já atraia olhares de curiosos que sempre a viam com uma imagem da santa em uma bandeja. O jeito de falar, de andar e de se vestir gerava curiosidade.
Figura popular na cidade, ela recebeu o convite para desfilar em um carro com a faixa de “miss” durante o carnaval em Paripueira. Não pensou duas vezes e aceitou o título, que perdurou no tempo.
Vaidade marcante
Acessórios e muita cor no estilo de Miss Paripueira
Celso Brandão
Depois que foi “coroada Miss Paripueira”, Ambrosina deixou os dias de beatitude para se tornar referência no estilo arrojado de se vestir, algo marcante em uma época mais conservadora. E foi nessa época que ela cravou o seu nome na história da cultura popular alagoana.
A Miss Paripueira não dispensava os seus óculos à la Sophia Loren e não economizava nos acessórios, misturava cores e formas – quanto mais vistoso, melhor.
Após sua morte, ela foi homenageada na cidade que lhe deu fama, o seu nome foi estampado no mercado público de Paripueira e ganhou o “Beco Miss Paripueira”, um corredor colorido que dá acesso à praia.
A Secretaria de Cultura do município pretende colocar uma estátua de bronze na praia em homenagem a ela.
“Torná-la Patrimônio Imaterial é muito importante para o nosso município. É reviver a história da miss que nunca morreu, ela está presente no imaginário das pessoas”, disse a secretária Roberta Miranda.
Conheça a história de Ambrosina Maria da Conceição, a Miss Paripueira
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Miss Paripueira: das procissões ao desfile de cores e acessórios nas areias da praia
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